sábado, 21 de março de 2009

A GANÂNCIA DO FISCO

A ganância do fisco nesse país é realmente o fator de atraso e de mais promoção de injustiça social. Vejam voces o desabafo de um empresário, mandado pelo meu amigo Fernando Torres:

perdendo o bonde da história!São Leopoldo tem um dos menores índices de analfabetismo e demendicância do país, talvez por causa de homens como este!EMPRESÁRIO DE SÃO LEOPOLDOSilvino Geremia é empresário em São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul.Eis o seu desabafo:"Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasara vida das pessoas que tocam e fazem este país: investir em educação écontra a lei .Vocês não acreditam?Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos paraextração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muitapesquisa.Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como osEstados Unidos e o Canadá.Só dá para ser competitivo se eu tiver pessoas qualificadas trabalhandocomigo.Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia aeducação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele umvarredor ou um técnico.Este ano, um fiscal do INSS visitou a empresa e entendeu que educaçãoé salário indireto.Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores quepagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossosfuncionários, acrescidos de juros de mora e multa pelo nãorecolhimento ao INSS.Tenho que pagar 26 mil reais à Previdência por promover a educação dosmeus funcionários?Eu acho que não.Por isso recorri à Justiça.Não é pelo valor, é porque acho essa tributação um atentado.Estou revoltado.Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu sejamultado 1000 vezes.O Estado brasileiro está falido.Mais da metade das crianças que iniciam a 1ª série não conclui o ciclobásico.A Constituição diz que educação é direito do cidadão e dever do Estado.E quem é o Estado?Somos todos nós.Se a União não tem recursos e eu tenho, acho que devo pagar a escolados meus funcionários.Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado.Mas também não aceito que o Estado me penalize por fazer o que ele nãofaz. Se a moda pega, empresas que proporcionam cada vez maisbenefícios vão recuar.Não temos mais tempo a perder.As leis retrógradas, ultrapassadas e em total descompasso com arealidade devem ser revogadas.A legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devemadequar-se aos novos tempos.Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz.Vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quemrouba a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registroalgum.Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não tive muitoestudo.Completei o 1º grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu primeiroemprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, pagueiuma escola técnica de eletromecânica.Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca terminei ocurso de Engenharia Mecânica por falta de tempo.Eu precisava fazer minha empresa crescer.Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar.Quis fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito comigo.A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque muitosfuncionários já estão chegando à Universidade.O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais.Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educaçãopoderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que recebe.Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou naJustiça. Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontadede crescer...E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essaoportunidade.O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, quenão teria qualquer aproveitamento prático na Geremia.No mínimo, ele trabalhará mais feliz.Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz.Adiei sua realização várias vezes porque, como cidadão consciente domeu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelosmeus 280 empregados.Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderiater comprado duas Mercedes.Teria mandado dinheiro para fora do país e não estaria me incomodandocom leis absurdas .Mas não consigo fazer isso.Sou um teimoso.No momento em que o modelo de Estado que faz tudo está sendoquestionado, cabe uma outra pergunta.Quem vai fazer no seu lugar?Até agora, tem sido a iniciativa privada.Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido otratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que édever do Estado.As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonarseus programas educacionais.Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os estudos deseus funcionários.Não é o meu objetivo.Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a despeito deeventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio maisprecioso: as pessoas.Eu sou mesmo teimoso."Silvino GeremiaDiretor Presidente

2 comentários:

  1. Se formos olhar pelo ponto de vista jurídico, até que poderia ser interpretado como salário indireto, mas na verdade é um investimento com duplo objetivo: o primeiro, como ele mesmo disse, para melhorar a qualidade dos seus produtos num mercado altamente competitivo. O segundo, é que com isso, ele tem um quadro de funcionários qualificados e que certamente sabem reconhecer o investimento feito pelo empresário, neles mesmos.

    Agiria como ele, não pagaria, recorreria e para não ter problemas futuros, criaria uma espécie de fundação para promover essa qualificação permanente dos meus quadros, o que me permitiria até abater esses gastos do imposto de renda.

    Bola para a frente seu Silvino e obrigado Orlando por relatar essa história bacana, exemplo a ser seguida.

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  2. Dá vergonha ter um governo que além de não fazer o que deve ser feito, ainda quer tirar proveito de tudo.
    Bjs.

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